quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

S E P A R A Ç Ã O

    CHEGAAAAAA, NÃO DÁ MAIS... AGORA É O FIM!
   Quando tive a ideia de falar sobre separação, o fiz pela quantidade de indagações que percebi 'rolarem' na cabecinha dos que de alguma forma cogitam (ou cogitaram) tal hipótese. São lembranças, atitudes, fatores psicológicos, enfim, tudo o que de algum jeito influencia um dos lados a finalmente dar o primeiro passo. Mas o que é mais difícil... admitir pra si mesmo que a relação não vai bem e precisa de um ponto final ou convencer o(a) parceiro(a) disso? É mais fácil deixar ou ser deixado(a)?

   O tema é tão polêmico que se pararmos para analisar descobriremos meio mundo de músicas tratando dele, filmes com inúmeros exemplos de separações consensuais e litigiosas, novelas cujo o clímax sempre paira em pelo menos uma separação, e sem contar os diversos livros que tanto ajudam a lidar com a situação como os que a romantiza para minimizar seu efeito devastador no coração despedaçado.
   Lidar com uma separação, de fato, não é fácil. Na maioria das vezes a coragem acaba dando lugar ao comodismo e o que poderia ser decidido de forma simples termina por se transformar em um 'mar' de desilusões. No entanto, faz-se necessário que se tenha bastante confiança ao se tomar um passo tão importante como este na vida do casal, pois para voltar atrás é preciso que os dois queiram, o que nem sempre acontece.
   No ano de 2010, graças principalmente ao fim do prazo mínimo para dissolução do casamento, a taxa de separações atingiu seu maior patamar desde a década de 80. Dessas separações, 71% foram consesuais e 71,5% surgiram por iniciativa do sexo feminino, cuja média de duração foi de 16 anos de relação. Em contrapartida é bom salientar que o número de casamentos também aumentou (4,5% em comparação ao ano anterior). Esse blá blá blá todo serve para comprovar uma atitude que sem dúvidas vem sendo percebida por muitos de nós nos últimos anos: ficar preso em um relacionamento que já não é mais 'cor de rosa' é coisa de mulher do século XIX ou XX.
   As mulheres cada vez mais têm percebido que podem e devem ser felizes. Antigamente, ser separada ou desquitada seria motivo para olhadas de despreso e por isso era preferível manter um relacionamento de fachada por anos a fio até que o dito cujo partisse para a "terra dos pés juntos" do que ser apontada por todos na rua. Outro fator que se levava em consideração era, e ainda é em alguns casos hoje, a dependência da mulher em relação ao homem. Dependência esta que não é só financeira, como se imagina a princípio, mas psicológica, emocional e, porque não, espiritual.
   É bem verdade que quando a pessoa tem conciência de que sua relação com o parceiro deixou de ser saudável fica muito mais natural mostrar um caminho distinto para os dois ao outro, apesar de que trilhar seu próprio caminho já é fundamental em uma relação onde cada um preserva sua individualidade e por isso prolonga sua longevidade a dois. Não que a tarefa seja fácil e nem se tenha uma garantia de que tudo isso encerrou de vez ali, afinal a separação não significa que os envolvidos tenham que obrigatoriamente virar inimigos, contudo quando se há certeza que chegou a hora de cada um tomar seu rumo por mais difícil que seja para o outro aceitar cabe a você resistir.
   Eu não estou aqui para bancar a destruidora de lares nem a aniquiladora de casamentos, por isso reitero tanto que é preciso ter bastante certeza dos seus sentimentos. A questão é que defendo o fato de que "é melhor estar só do que mal acompanhado", "quando um não quer dois não bringam", "águas passadas não movem moinhos" e "que seja eterno enquanto dure!". As pessoas precisam entender que sua felicidade não pode ser depositada como responsabilidade de terceiros. Eu só posso ser feliz se me sentir bem comigo mesma, o que nem sempre condiz com a situação pela qual estou passando no momento, cabendo única e exclusivamente a mim decidir o que realmente importa.
   E se me permitem sugerir, um livro ótimo para essas horas é "Uma história de amor... com final feliz" de Flávio Gikovate. Gosto da sua abordagem porque ele mostra que o 'final feliz' do século XXI não decorre da fusão de duas metades e sim de dois inteiros que ao se relacionar podem prosseguir num novo molde de relação afetiva ou, se não der certo, encarar uma solidão saudável, pois o que realmente deve interessar é a busca pela sua felicidade.
   Ah, e antes de encerrar nossa conversa, eu não poderia deixar de dizer pra vocês que tão difícil quanto se deixar alguém é ser deixado por quem ainda se ama. É preciso que 'os tempos' de cada um sejam respeitados para que as marcas e feridas sejam devidamente saradas e qualquer tipo de insatisfação não venha a ser levado a outros relacionamentos posteriores. Sofrer pelo que você fez é compreensível, mas sofrer por marcas de outras pessoas, ninguém merece!


Fontes:
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/numero-de-divorcios-no-brasil-e-o-maior-desde-1984-diz-ibge.html
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u390722.shtml