Pode até parecer ridículo falar sobre os contos de fadas quando já não se brinca mais de boneca nem assiste mais quatrocentas vezes o mesmo filme Disney esperando pelo "felizes para sempre", mas não o é... ou vocês realmente acreditam que os aproximadamente 16,6 milhões de visitantes que vão ao mais famoso parque temático do mundo, o Walt Disney World, todos os anos são menores de 12 aninhos???
Ah, e não tem como falar nesse assunto sem remeter-se ao exemplo mais real, literalmente, que temos hoje. O que falar então do casamento mais comentado da última semana? Como explicar a reação daquelas pessoas que não participaram efetivamente da cerimônia, mas que não deixaram de comemorar como se fossem pessoas da sua própria família? E os que se posicionaram alheios ao que o mundo estava testemunhando? Foi pura e simples indiferença ou medo de assumir que também estava achando o máximo assistir a concretização de uma história que parece ter saído dos livros infantis?
Uma mobilização dessas tinha que vir da realeza britânica mesmo. A imprensa mundial e seus mais de 3 bilhões de espectadores ansiosos pelo tão esperado beijo na varanda do Palácio de Buckingham. Pela segunda vez o planeta parou para testemunhar o ingresso de mais uma plebeia na família real inglesa. Sem dúvidas não concordo com as comparações que são, inevitavelmente, feitas entre Diana e Kate, até porque estamos falando de pessoas diferentes, com perspectivas diferentes, e o mais importante, que fazem parte de épocas diferentes; no entanto não posso deixar de falar que cada qual, a seu modo, exerce influência sobre a sociedade com sua maneira de vestir-se, portar-se e expressar-se. Influência que acredito advir do fascínio pelo que é fantástico que nós, “súditos”, cultivamos desde a infância.
E por mais superficial que esse assunto possa parecer não consigo imaginar alguém que nunca tenha fantasiado nada nem por um minutinho se quer. Vamos lá... admitam, hoje vocês podem até não se imaginar fazendo aquela festa de casamento ou encontrando o tal príncipe encantado (com todos as condições que ‘o cara’ precisa pra ser um), mas que se independesse de certas circunstâncias atender a esses quesitos não seria sacrifício algum, não é mesmo?!
Desde criança sonhamos viver aquele amor platônico capaz de vencer todas as barreiras, inclusive a morte, a fim de atingir a felicidade plena e eterna. É isso que nos transmite o famoso “felizes para sempre”, não é?! Não sei se é o fato das histórias começarem com um tal de “Era uma vez...” que nos faz pensar que essa felicidade não é atingível na vida real, mas se vocês me perguntarem se eu credito de verdade que os contos de fadas são possíveis de serem vividos, sem dúvidas responderei um sonoro SIM.
Mas calma aí... é lógico que não com toda aquela fantasia que envolve o mundo mágico dos contos, senão eu seria no mínimo louca, e sim na essência que eles nos transmitem. Não entenderam? Deixa eu explicar... é algo mais ou menos assim: nos contos de fadas em que acredito o Castelo não precisa ser em um reino “tão, tão distante”, como diz o Shrek, basta que seja um lugarzinho só meu, que tenha a minha “cara”, onde eu possa refugiar-me do mundo e estar em paz comigo mesma; a Bruxa malvada, não necessariamente é aquela velhinha com uma verruga na ponta do nariz, pode ser qualquer coisa que possa me causar algum dano, material, psicológico ou físico; ah, e o Príncipe... esse merece um cuidado todo especial.
Ele não precisa ser exatamente lindo, rico e nobre (é claro que tudo isso ajuda bastante), no entanto beleza interior – algo como autenticidade, bondade, bom humor; riqueza de caráter – tipo honestidade, fidelidade, sinceridade e humildade; e nobreza em suas atitudes – afinal, educação anda mandando lembrança pra muita gente por aí – são o mínimo que podemos esperar de alguém com quem vamos compartilhar os nossos dias. Não sei se estou pedindo demais ou se essa é uma espécie em extinção... só sei que tá difícil, viu?!
Sem demagogia, não me interpretem mal. Para viver o seu conto de fadas não estou dizendo a vocês que devemos procurar por aí um “carinha” que seja a mistura do Godzilla com o King Kong só porque ele se predispôs a ajudar uma velhinha a atravessar a rua... não é isso! Eu só quero que entendam que cada um de nós tem o seu ideal de beleza, e muitas vezes a pessoa que escolhemos para compartilhar nossa vida nem se encaixa nesse padrão que estabelecemos como “a pessoa ideal”... ou vão me dizer que há milhares de clones de Brad Pitt e Johnny Depp livres e desimpedidos desfilando por aí?! Se encontrarem algum não se esqueçam de me avisar, hein?! kkkkkkkkkkkkk
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